segunda-feira, 21 de novembro de 2011

E...a comida?

Com muitos dias de atraso (que isto de voltar ao ocidente tem muito que se lhe diga!) heis que volto porque não quero deixar de passar uma das mais diferentes experiências que tive com comida.

Não, não passei fome e mesmo quando o que me serviam parecia um pouco...estranho, provei sempre :)

O mais complicado foi mesmo assim que cheguei à Tailândia, ver todas as bancas de comida na rua (que me disseram que era dos melhores lugares para comer), tudo com óptimo aspecto mas não fazer a mínima ideia do que era. De inicio fiquei um pouco apreensiva mas depois arrisquei e afinal o risco não era assim tão grande. A comida de rua é sempre feita na hora e se comermos em locais com muita gente podemos ter a certeza de que é "fresca". Mesmo em alturas quando não há nada que nos pareça muito familiar podemos sempre optar pela fruta. É simplesmente fantástico ter fruta fresca em cada virar da esquina e com ananases cortadinhos e prontos a comer por 15 bath (cerca de 30 cêntimos) foi raro o dia em que não comi pelo menos 2!

comida no comboio em movimento
Na viagem que fiz de comboio de Bangkok até à fronteira com o Cambodia, nas 7 a 9 horas que dura a viagem passavam várias senhoras com cestos cheios de comida para vender. Para ocidentais tudo o que está dentro parece fora do normal e não me vou esquecer do ar do Adam e da Stine a olhar para os cestos sempre que estes passavam, a tentar (como eu) decidir o que haviam de comer. A fome venceu-nos e depois do Adam "arriscar" pouco e pedir o que nos parecia fruta (e era), eu arrisquei mais e pedi um saquinho com algo castanho que vinha acompanhado de arroz literalmente em bloco dentro de outro saquinho. Ainda hoje não faço a mínima ideia de tipo de carne era mas sabia bem e o arroz, que agora sei que chamam sticky rice (arroz peganhento), é simplesmente uma forma muito engenhosa de comer arroz numa ocasião como essa, em viagem. A fruta, que todos nós provamos sem conseguirmos pelo paladar descobrir o que era pois não parecia ter muito sabor, descobrimos pelo caroço que era...manga, verde. Pois, sem sabermos, acabadinhos de chegar provamos uma das sobremesas mais apreciadas na região: manga verde com picante (afinal aquele pacotinho que parecia açucar cor de rosa tinha uma razão para lá estar!).

green curry chicken, khmer style
Durante as 2 semanas que passei em viagem entre a Tailândia e o Cambodja a descoberta da comida,  tornou esta aventura muito mais excitante e é uma pena que tanta gente visite estes países tenha medo de comer fora...Outro mito que tenho de desfazer é o de não beber bebidas com gelo. Com o calor que está, não cabe na cabeça de ninguém servir alguém uma bebida que não esteja fresca por isso todos os fabulosos batidos, sumos naturais, refrescos ou café chegam até às nossas mãos atestados de gelo até cima, com uma palinha. O gelo que usam é, na sua grande maioria comprado regularmente aos blocos às mesmas companhias que engarrafam as águas e conservado no frio. O gelo é picado na hora quando pedimos a bebida e por isso é, na minha opinião, até mais higiénico do que os nossos tradicionais cubos de gelo que ficam nunca sabemos quanto tempo nos congeladores antes de saltarem para dentro dos copos.

 http://www.youtube.com/watch?v=Rr0Z7l-B8EA&feature=player_embedded#!
cogumelos salteados, na rua...

Agora, a comida Khmer (90% da etnia dos Cambodjianos) é...mais diversificada do que pensei!
Comer baratas fritas é como para nós
as castanhas..."quem quer? quentes e boas?"

Herança dos franceses: café e bagettes ao pequeno almoço!
उम लुक्सो नौत्रोस पीसेस असिअतिकोस  


Tendo em conta a história como a que os Cambodjianos têm, de guerras e conflitos até à bem pouco tempo (a guerra civil terminou apenas em 1998) é bem compreensivo que para eles o importante seja pôr "algo que sustente o corpo". E por isso é perfeitamente normal comer aranhas, baratas, sapos (ou rãs) ou embriões de patos (os muito apreciados ovos balut)... Tenho a confessar que não provei nenhum destes
petiscos (sou aventureira só até certo ponto). Mas o famoso amok de peixe, o mais tradicional dos pratos do Cambodja, comi tantas vezes que até aprendi a reconhecer o cheiro nos mercados...

E dos10 pratos desta lista
http://ki-media.blogspot.com/2011/09/10-cambodian-dishes-youve-got-to-try.html
provei grande parte!

Nota final para o fabuloso arroz. Importantissimo para a economia do país, por saber que este era dos únicos productos que podia ter a certeza que não era importado dos países vizinhos, a minha bagagem veio com quilos de arrozes de variedades diferentes.
as mil e uma variedades de arroz
Mas ficou tanto ainda para provar...acho que vou ter de lá voltar!!! Companhia para uma próxima aventura na Ásia? :)








domingo, 6 de novembro de 2011

Bangkok, esta cidade louca!

Pois entao, depois de todas as aventuras para chegar a Bangkok cheguei sa e salva. Tive a sorte de ter sido aceite para surfar o sofa da Malee em Bangkok, uma rapariga australiana de 27 anos que ja correu este mundo e o outro e com quem tenho tido grandes conversas (sobre o sentido da vida!). Em casa dela estao outros couch surfers e amigos das mais diversas origens do mundo e conseguimos a proeza de termos um jantar em que estavam a mesa representantes de todos os continentes...
Para mim e algo espantoso aperceber me que existem tantas maneiras de viver diferentes e que o que as pessoas querem da vida no entanto e basicamente o mesmo! Depois ha pessoas que simplesmente nos surpreendem: o Roberto e um panamiano de 19 anos (!!?, pois...) que vive e trabalha em Puket. Saiu de casa aos 16 anos, foi para a Alemanha onde viajou com um amigo cerca de 2 meses, tirou um curso na China e conhece como a palma da mao dele a Coreia. A maturidade deste rapaz e algo de fora do comum e conheco muitos portugueses com mais do dobro da sua idade que nao acompanhariam o nivel da conversa. Este rapaz sabe bem o que quer e nao tenho duvidas que o vai conseguir.

Mas voltando a Bangkok, para quem como eu vem de uma cidade com a Horta, que se atravessa a pe em 30 a 40 minutos, esta cidade deixa nos com a cabeca a andar a roda! As distancias num mapa enganam e muito e perde se muito, mas muito tempo a chegar a qualquer sitio pois e necessario mudar muitas vezes de transporte. Ter uma pessoa daqui que nos da dicas ou um guia que explica bem como chegar aos locais e fundamental. O sistema de transportes e muito mais logico do que o que existe na europa e por exemplo apanhar o autocarro custa nos apenas entre 6 a 15 bahts (entre 10 a 35 centimos) e e so entrar e sentarmo nos que logo vem uma senhora cobrar nos o bilhete. O maior problema e que nao se percebe bem onde sao as paragens (e necessario estar atento aos aglomerados de pessoas a espera) e, pior, nao ha informacoes em lado nenhum (pelo menos em Ingles), sobre os destinos dos autocarros...o que significa que temos de "fazer o trabalho de casa" antes de nos aventurarmos neste transporte.

Como sempre, ando a maior parte do tempo perdida e se saio de casa com planos de ir a algum lado em especifico acabo sempre num sitio diferente...

Por mais que me custe admitir, na generalidade nao gosto desta cidade mas percebo quem gosta. Aqui ha de tudo: meninas ultra coquetes sempre impecavelmente arranjadas, geeks que nao levantam o nariz do seu livro de banda desenhada japones durante todo o percuso do metro, hippies maltrapilhos, empresarios europeus, indianos, coreanos, etc... E nada mas mesmo nada e considerado como fora do normal tal o nivel de excentricidade. A Khao San road (destino preferido da grande maioria dos back packers) bate tudo aos pontos! Nao da para descrever...tem mesmo de se ir la. Eu e a Malee a uns dia fomos ao mercado dessa area. Quando estavamos a passar um tailandes com ar de chama vestido de hippie chick agarra na mao da Malee e diz: tens os chackras completamente bloqueados! Com uma conversa absolutamente surreal diz lhe uma serie de pormenores da sua vida pessoal em que pergunta se e verdade ou nao? Acertou de tal forma no que disse que ela olhou para mim completamente incredula. Depois de algum temp a falar com ela, pega na minha mao e diz: tu estas razoavelmente bem. Senta te! Garanto te que nao te cobro dinheiro nenhum..." Ok, pensei, nao tenho nada a perder. Sento me, pega me da mao, fecha os olhos e vai dizendo coisas seguidas: tens 30 ou 31 anos, uma filha, chega se ao meu ouvido e diz "Ines" (passei me!) e outros pormenores impossiveis de ele saber!!!
Disse que tinha problemas de rins que tenha de comecar a tratar antes que fosse tarde. Apertou me varios pontos de pressao (que conheco do Shiatsu) e tambem me deu conselhos para o futuro...Foi tao fora de tudo o que alguma vez imaginei que nem sei que conclusoes tirar!!! De vez em quando lembro me de mais coisas que ele disse e nao consigo deixar de pensar que foi um dos mais estranhamente reveladores momentos que alguma vez tive...

Nao tinha grandes expectativas de ter algo mistico acontecer nesta viagem. Pensei apenas que ia gostar de experimentar meditar nos templos budistas e hindus tanto da Tailandia como do Cambodja. Pensei que sendo esses os locais certos para isso talvez se revelasse algo que para mim fizesse sentido. Mas numa rua em Khao San, em Bangkok...? De facto, nao existem caminhos obvios :)

A minha viagem na Asia termina hoje. Apanho o aviao de volta para a minha vida, mais ou menos formatada esta madrugada por isso so me resta aproveitar ao maximo as horas que me restam neste local tao inesperado que e Bangkok.  

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Aventuras, aventuras...!

ufff...por onde comecar??!
Cronologicamente...antes de ontem sai de Siem Reap, a cidade mais perto dos templos de Angkor, onde passei 4 dias. Foram dias espantosos, embora a cidade fosse um pouco caotica de mais para mim. Hei guardar na minha memoria para sempre a sensacao de andar de bicicleta naquele lugar e a volta dos magicos templos. Tudo a direito, nem se sente a distancia que se anda...por outro lado as vezes e preciso ter grande sangue frio para passar entre motas, carros, camioes, tuk tuks e muitas vezes em sentido contrario.


Nao ha regras para andar na estrada no Cambodja. Os apitos servem para avisar alguem para ter cuidado que vamos passar...os capacetes sao um acessorio dispensavel e a capacidade maxima de uma mota depende da abilidade de cada um (podem ser 4, 5 ou ate 6!)
 Ontem comecei a volta para a Tailandia. Para evitar a "estranha" fronteira de Poipet e explorar um pouco mais o Cambodja rural decici (e ainda bem) ir para Battambang de barco. Comprei o bilhete na propria guest house onde estive e as 6.30 estava a espera de um carro para me levar ate ao "porto". No Cambodja, tal como vi acontecer em Cabo Verde muita gente vive de "servicos" e favores. Como tal, percebi logo que a compra dos bilhetes para o barco, embora tivesse um preco fixo para os locais, para os turistas era um esquema para os varios intervenientes ganharem o seu. Tudo bem...eles precisam de se desenrascar de alguma forma. O tal carro, chegou com quase uma hora de atraso, vinha cheio de turistas, cada vez mais apertados e indignados e sem saberem o que se passava pois ninguem tinha os bilhetes na mao (europeus, esta claro!!!). A preocupacao era infundada: a meio do caminho paramos para nos darem o bilhete a cada um (calculo que os tenham comprado a preco de local e colocado mais cerca de 60% do valor em cima) e o barco esperou por nos.
A viagem, que passa pelo lago de Tonlé Sap e que nesta altura depois das chuvas da para subir o rio ate mesmo Battambang,  foi das mais espantosas da minha vida! Durante as 7 horas de viagens vi um Cambodja que nao se tem acesso se so passarmos pelas cidades. Deixo fotos (quando elas carregarem!) pois a sensacao nao da para explicar.

Quando cheguei a Battambang eram ja quase 5 horas e como comecava a anoitecer decidi ficar nessa cidade e continuar o caminho no dia seguinte. O que gostei da cidade foi da convivencia com os locais mais do que da cidade em si. Hoje de manha acordei para a aventura seguinte e como e que depois de uma viagem tao espantosa como a de ontem pude ter uma viagem que posso considerar a pior ate ao dia de hoje da minha vida, nao sei explicar...

A alternativa que tinha para sair da fronteira era, ou seguir num autocarro turistico para Poipet (de novo!!!...nem pensar) ou ir para Pailin. E para esta outra cidade ou ia num taxi partilhado ou numa pick up. Lembrei me logo como gostava de ir nas hyaces em Cabo Verde (da convivencia com os locais) e ai fui eu: apanhei uma moto para o mercado e perguntei pela pick up para Pailin! Nunca vi tantas caras surpreendidas juntas!? Pelos vistos acho que ninguem daquela gente tinha visto uma ocidental de perto...Enquanto esperei (uns 30 minutos) as mulheres estudaram me afincadamente. Faziam comentarios umas com as outras e riam e do que percebi, acharam a minha pele clara demais, o meu nariz muito grande e os meus olhos de uma forma estranha e de uma cor ainda mais! Foram momentos muito divertidos e esta parte da viagem recordarei com carinho. A lingua e de facto uma barreira...fizeram muitas perguntas (em khmer pois nao falavam uma palavra de ingles) a que nao sabia responder. Quando mostrei a foto da minha filha Ines, as perguntas foram ainda mais e a quantidade de olhos interrogativos a olhar para mim profundamente...?

Os Cambodjianos sao pessoas preocupadas. Sao muitos e a vida de cada um pode valer muito pouco mas as pessoas protegem se umas as outras e senti que durante esta viagem na caixa aberta, por cima de um montao de coisas, em que iamos umas 15 pessoas empoleiradas, me protegeram...Fica a foto a ilustrar.



Mas nunca mais chegavamos e depois de muitas saidas da estrada principal, paragens e sem o consutor me responder quanto tempo faltava, numa das paragens saltei para uma moto me pos em Pailin em 25 minutos. Dai, outra aventura, precisava de um taxi para a fronteira e depois de entrar num que deu varias voltas sem sair da cidade, meti me noutro e la fui. Passei o check out na fronteira e ai, quando eu achei que na parte da Tailandia ia ser melhor pois da minha expriencia ha mais gente a falar ingles. Pedi a um taxi mota para me levar a Chanthaburi (a pensar que eram 20 minutos) mas ele nao me percebeu e deixou me numa terra, no meio do nada que nao fazia a minima ideia onde ficava. Estava junto de um tipo de autocarro aberto e quando disse ao rapaz que queria ir para Bangkok comecou a gozar comigo, em Tailandes. Do que percebi, disse que ia para outro sitio, que eu tinha de esperar. Perguntei quanto tempo e deu me umas respostas zangadas. Basicamente nao me quis perceber e ao fim de algum tempo a tentar comunicar disse que entao nao me levava nada para lado nenhum e...mandou me ir a pe! Nesse momento perdi mesmo a calma. Nao me restava fazer mais nada. Peguei nas minha coisas e comecei a caminhar na estrada, enquanto chorava...havia de chegar a um sitio que me conseguissem entender e iam me ajudar (pensei eu). Mas o panico estava a tomar conta: nao tinha comido quase nada, nao tinha comida nem mais agua, havia mais 3 horas de sol e nao fazia a minima ideia onde estava. Por fim um senhor mais velho que tinha estado a assistir a minha tentativa frustrada de comunicar com o outro rapaz apareceu de moto. Tambem nao falava ingles mas disse para me sentar que me levava. Levou me a um sitio cheio de carrinhas tipo as hyaces e foi um alivio quando percebi que aquele sim era o sitio certo. Finalmente ia consegui ir seguir viagem! As pessoas ali tambem me ajudaram e quando cheguei a Chanthaburi o sol estava ja a por se. Nao ia voltar a testar o destino...Fui me informar sobre os autocarros para Bangkok para ir amanha e instalei me num hotel. Foi o primeiro banho quente que tive desde a uma semana ...

E amanha vou chegar finalmente a Bangkok! :) 

terça-feira, 1 de novembro de 2011

"sentindo" o Cambodja...

 Este e um pais de contrastes e nao para de me surpreender...

loja de Internet num centro comercial em Siem Reap
Acabei de entrar num centro comercial em Siem Reap para fugir ao calor insuportavel que se faz sentir la fora, a pensar que ia estar cheio de americanos a procura de fast food. Nao podia estar mais longe da realidade. Este centro comercial ,que em portugal chamariamos de uma mega loja do chines e quase exclusivamente frequentado por locais. Quando vi uma loja de internet a dizer na porta a dizer 1 hora- 2000 riel (cerca de 30 centimentos), entrei. E o que e que vejo: uns 50 computadores de ultima geracao (chineses, claro), cadeiras hiperconfortaveis e um montao de jovens ainda sem barba a jogar online com fones, a gritar que nem doidos! Nem a 5 minutos acabei de ver criancas nuas a brincar numa poca de lama a beira rio...
Siem Reap a beira rio

A economia aqui e estranha. Nao sei se e so em Siem Reap, a cidade mais perto do templos mas com tantos turistas americanos, os precos estao todos em dolares e ate quanto perguntamos quanto e em riel (porque como bons teimosos europeus recusamos nos a pagar em dolares e trocamos tudo para a moeda do pais), nem eles sabem...
Um dos muitos mercados em Siem Reap
Tanto a mim como aos meus companheiros de viagem dinamarqueses nao nos sai da cabeca o episodio que se passou a uns dias. Jantamos num sitio local, com comida khmer (etnia de cerca de 98% da populacao no Cambodja)  e no final, depois de pagar deixei na mesa uma nota de 100 riels (nao era gorgeta simplesmente tinha a e nao ia dar para pagar nada e deixei-a). Nem sequer e a nota mais baixa que existe (ainda ha uma de 50 riel mas nunca a vi) e vale pouco menos de 2 centimos. Estavamos a ir embora e vimos a empregada que nos atendeu a da-los a uma das criancas da casa. Ate achamos engracado mas quando nos viramos novamente, vimos o miudo a pegar fogo a nota! Ficamos petrificados, sem saber bem como interpretar a situacao...Pareceu-nos que desprezam a esse ponto a moeda nacional e querem e dolares, que representam para eles um mundo melhor. Mais tarde lemos que nos 3 anos de lideranca dos terriveis Khmer Rouge nos anos 70, um dos seus actos ediosos (nao pior do que executar centenas de milhares de intelectuais, residentes das cidades, minorias etnicas como Cham, Vietnamitas e Chineses, e soldados acusados de traicao), peram mesmo fogo ao Banco em Phnom Penh...Durante varios anos este pais nao tinha sequer dinheiro por isso depois da guerra civil (que terminou apenas em 1998), so agora estao economincamente a recuperar o tempo perdido, consumindo tudo o que vem do mundo capitalista.
Os templos de Angkor empregam muita gente que depende indirectamente do turismo. Um grupo limpa o lago em frente ao templo de Angkor Wat.

Mas o meu sentimento geral e que as pessoas aqui sao genuinamente boas e nunca me senti ameacada, nem mesmo em sitios meios estranhos. Situacoes mais tensas so vi sucederem com americanos, geralmente bebados que, como sempre demonstram uma total falta de cultura e humildade para qualquer povo que nao o deles.
Amanhece cedo por estas paragens.      




























      
O engracado e que os vendedores ja conseguem perceber a nossa origem (americanos, europeus, latinos, escandinacios, coreanos, japoneses...) so da maneira como nos vestimos e comportamos. Muito poucos sabem onde e Portugal e sou identificada em 90% das vezes como francesa!

Esta menina queria me vender bananas para dar aos macacos . Ficou sentada ao meu lado durante 15 minutos enquanto eu comia os meus noodles. So se foi embora quando comprei algumas...
E de facto o pais dos mil sorrisos e ate ao dia de hoje nao houve situacao mesmo que menos boa que nao acabasse com um sorriso aberto...Ha e que ter muita paciencia e nunca, em tempo algum levantar a voz, acto que e considerado de extremo desrespeito.

Amanha vou sorrir para Battambang. A minha viagem de regresso para a Tailandia inicia-se bem cedo onde durante cerca de 7 horas num barco usado pelos locais atravesso o lago Tonle Sap e subo o rio, que nesta altura, depois das inundacoes tem caudal suficiente para que o barco chegue mesmo ate a cidade de Battambang.  

 

...viagem espiritual...

Segundo dia de exploracao dos templos em Angkor, desta vez sozinha...(os meus amigos dinamarqueses dizem que um dia de templos chega para eles!).

Novamente de bicicleta. Bem mais facil quando ja se sabe o caminho embora num dia de semana o trafico seja completamente caotico e nao e aconselhavel a quem nao se sinta seguro com uma bicicleta...

Assim que cheguei, bem cedo (estou a fazer os horarios cambodjianos) aproveitei para ir ao Angkor Wat para ver se o disfrutava sem tantas cabecas a minha frente.

Este templo, nao so e o mais visto pelos turistas como tem mesmo um significado especial para os Cambodjianos, que o visitam regularmente para fazer pedidos especiais para as suas vidas. Dentro do patio dos mil budas esta um monge, o qual faz um ritual que qualquer pessoa pode participar. De joelhos a sua frente, pede-nos para colocar um tipo de bloco em papel tipo papiro, muito antigo, em cima da nossa cabeca e colocar um pauzinho ao acaso (foto). Quando o entregamos ao monge ele diz nos o que esta escrito (em Khmer, apenas). Pedi a um guia se podia traduzir para mim e instintivamente la fui eu. Era uma historia de um homem que tinha um cesto cheio de arroz. Quando encontrou buda a beira rio entregou-o, ficando sem nada para comer. A partir desse dia prosperou e foi afortunado. Nota do guia para mim: podes ficar rica, se quiseres...
 Depois disso o monge poe uma fita vermelha no braco e enquanto a ata abencoa-nos para que a nossa viagem corra bem. No fim sopra nela. Agradeci e deixei a minha doacao na caixa (voluntaria).
Indiana Silvia Cambodia style no templo Ta Prohm

Andava ao acaso e parece que encontrei o que vinha a Procura.

Se nao podia ter ouvido esta historia mais perto de casa? Se calhar ate podia mas sei que apenas depois desta viagem entendo o seu significado...

domingo, 30 de outubro de 2011

Silvia a "aspiradora" (como a Dora, sabem? mas na versao da Ines...)


Hoje parti as 6 da manha para Angkor de bicicleta. Eram so 6 km ate la mas entre nos termos perdido e andarmos dentro do recinto com os mais de 2o templos acabamos por fazer cerca de 50km!!!
Nao ha palavras para descrever os templos de Angkor por isso ficam as fotos...
biciclando para entrar em Angkor thom
os monges gostam de treinar o seu ingles com os turistas...
A Krist documenta o templo onde eu cai de bicleta enquanto o Adam tenta perceber como e que eu nao vi que estava tudo cheio de lama (crazy portuguese!). Foi o belo do tralho...

bolas, esqueci me do nome deste templo...

Aqui a natureza ganha ao Homem a maior parte das vezes!

nao e um lago, e o fosso de agua a volta de Angkor Wat, o maior e mais magnifico dos templos do recinto (embora para mim a grande maioria dos mais pequenos e mais interessante)

fim de tarde em Angkor Wat

  
o majestoso Angkor Wat
E, o meu templo preferido, aquele onde viagei no tempo (e no espaco tambem - que surpresa...), o espectacular  Ta Prohm, naquele em que uma pessoa se sente um verdadeiro Indiana Jones, nao tenho fotos porque...fiquei sem bateria na maquina. O meu plano era perfeito: tenho umas pilhas que sao recarregaveis com painel solar. Pendurei o carregador na mochila e enquanto ia de bicicleta ia apanhando sol e carregava...mas esqueci me das nuvens, que o painel virava ao contrario com o balanco e que a tecnologia infelizmente nao acompanha os meus planos de ecologia :/

A quem estiver a pensar vir a Angkor, venham de bicicleta e terao uma experiencia que nao esqueceram para o resto da vida. O aluguer ao dia so custa 1 dolar (com uma garrafa de agua incluida!) e vao conseguir explorar locais que nunca iriao de tuk tuk ou num autocarro com AC. Para alguns templos temos de entrar selva dentro (tem trilhos por isso nao ha risco de alguem se perder...muito, pelo menos) e todos os sentidos vao funcionar: os cheiros das arvores e flores, as cores das mil e uma borboletas diferentes que passam por nos, os cantares estranhos de passaros nas copas das arvores...INCRIVEL!

E se no dia a seguir sentiram que ficaram todos amassados e seguir para uma massagem para relaxar pois com o que pouparam no transporte podem ficar o dia todo no spa...(5 dolares a hora). Amanha digo vos se vale a pena...

sábado, 29 de outubro de 2011

Tres porcos numa mota!?...ok, estou no Cambodja :)

Quatro dias depois de ter deixado a ilha azul, estou finalmente no Cambodja!!!

Chegada a fronteira do Cambodja (Poipet)
E e indescritivel...Pena em certos momentos nao ter conseguido tirar fotos como quando comecamos a ver motas a passar com uma pessoa e 3 porcos. E nao foi uma mota com porcos...foram varias!!!

(desculpem mas as fotos nao dao para carregar :( ...farei um post com melhores fotos no futuro).


Agora, aventuras para aqui chegar, nao faltaram! Assim que cheguei a estacao de Hualampong em Bangkok, estava um casal de dinamarqueses meios perdidos que ajudei para comprarem o bilhete certo (afinal o monte de livros e blogues que li antes de vir serviram para algo). Quando nos cruzamos outra vez no cafe da estacao, chegamos a concl;usao que tinhamos o mesmo destino e por isso decidimos ir juntos.


Pagoda em Siem Reap
 E foi uma sorte pois ja nos entre ajudamos varias vezes. O comboio demorou quase 7 horas a chegar a cidade fronteira e como aqui anoitece muito cedo estava mesmo escuro quando saimos do comboio. Com o monte de coisas que li sobre esquemas na fronteira decidimos ficar a dormir nessa cidade e de manha passarmos para o Cambodja. Mesmo assim no dia seguinte, quando apanhamos um tuk tuk este deixou nos num sitio com o senhor muito bem falante para tirarmos o visa. Assim que ele nos indicou um sitio para irmos eu disse logo que aquele nao era o sitio oficial. Agradeci, viramos costas e fomos antes ao local com todos os guardas fardados, maldispostos, em que nao se pagam 40 dolares mas os normais 20.


Engracado como vi tantas pessoas falarem nos esquemas do lado do Cambodja mas o esquema que apanhamos foi mesmo o do lado da Tailandia! Alias, no Cambodja foi exactamente o contrario: duvidamos sempre do que nos diziam e afinal tivemos indicacoes certissimas de um agente que era mesmo oficial.

Quando se chega a este pais e necessario esquecer todas as ideias pre concebidas. Quando pagamos o taxi para ir para Siem Reap achamos que ia ser uma viagem de 2 horas directas. Demoramos quase 4 horas, paramos mil e uma vezes (nao sabemos bem o que o senhor ia fazer, as vezes) e embora tenhamos entrado 3 passageiros, chegamos ao destino com 6 pessoas que entraram em diferentes sitios, e com um montaode sacos de pessoas que nem iam no carro...estranho? Se pensarmos um pouco, e o logico! A gasolina esta paga (ou gas), ha que rentabilizar o veiculo... :)

3 pessoas mais 2 mochilas gigantes e 1 media...sim, tuk-tuk CHEIO


Amanha, chego ao destino final (ou inicial, depende da perspectiva). Acabei de combinar com os meus companheiros de viagem: amanha a partida e as 6 da manha para onde iremos ate aos templos de Angkor de bicicleta (sao apenas 7 km)!!!


Ate breve,


Silvia



Uma pequena nota: eu sei escrever portugues correcto mas para alem dos teclados asiaticos nao terem os mesmos acentos que o nosso, a pressa tem destas coisas (a net e lenta, ha muita gente a querer usar e eu quero aproveitar o pouco tempo que tenho aqui). As minhas desculpas desde ja...!o que vejo.